Archivos Latinoamericanos de Producción Animal. 2021. 29 (3-4)
Lactação d e vacas da raça Pantan eira no alto Pantanal Sul-Mato-Gro ss en s e/ B ras il: composição
do leite, características d a curva de lactação e ajuste de modelos
Recibido: 2020-10-29. Aceptado: 2021-04-09.
1
Autor da correspondencia: franbonatti@gmail.com
2
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Aquidauana, Mato Grosso do Sul, Brasil.
3
Universidade Federal de São João Del Rei. Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil.
129
Franscine Kelli Quinhones Bo natti
1
Paloma Maria Leite Francis cat ti
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Aquidauana, Mato Grosso do Sul, Brasil.
Marcus Vinic ius Morais de Oliveira
Lactation of cows of the Pantaneira breed in the high Pantanal Sul-Mato-Grossense/Brazil: milk composition,
characteristics of the lactation curve and model adjustmen t
Abstract. The o bj ec tiv e was to observe the productio n, physical-chemical composition of milk and characteristics of
the lactation curve of Pantaneira c o w s, and select mathematical models of lactation curve found in the literature. For
the production data, physical-chemical composition of the milk and characteristics of the lactation curv e, ten
multiparous cows were used, under rotational grazing conditions, with the grass Megathyrsus maximum cv.
Mombaça. Data collection started shortly after calving and lasted until the natural closure of lactog enesis . The
milking was performed manually, twice a day, with the presence of the calf, and the milk was weighed daily. The
individual lactation curves were estimated using a linear regressio n model. For the selection of mathematical
models, a database of 3 960 measures of milk production was used. Eight models were been compared that have
been used in the literature to represent lactation curves. The lactation period was 180 days with an average daily
milk production of 4.93 kg. The peak of lactation occ urred from the 35 to 50th day. M ilk had an average of 5.2 % fat
and 3.2 % protein. The model that showed the best fit of the lactation curve was the Pollot model.
Key-words: animal genetic resource, conservation, mathematical mod els, milk production, naturalized cattle
Resumo. Objetivou-se observar a pro duç ão , composição físico-química do leite e características da curva de
lactação de vacas da raça Pantaneira, e selecionar m o d elo s matemáticos de curva de lactação encontrados na
literatura. Para os dados de produção, composição físico-química do leite e características da curva d e lactação
foram utilizados 10 vacas multíparas, em condição de pastoreio rotacionado, com a gramínea Megathyrs us
maximum cv. Mombaça. A coleta de dados inicio u-s e logo após o parto e durou até o encerramento natural da
lactogênese. A ordenha foi realizada manualmente, duas vezes ao dia, com a presença do bezerro, e a pesagem do
leite efetuada diariamente. As curvas de lactação individuais foram estimadas utilizando-se um modelo de
regressão linear. Para a seleção de modelo s matemáticos foi utilizad o uma base de dados de 3 960 medidas de
produção de leite. Foram comparados oito modelos encontrados na literatura para representar curvas de lactação.
O período de lactação foi de 180 dias, com média diária de produção de leite de 4.93 kg. O pico de lactação ocorreu
do 35º ao 50º dia. O leite apresentou em média 5.2 % de gordura e 3.2 % de proteína. O modelo que apresentou o
melhor ajuste de curva de lactação foi o modelo de Pollot.
Palavras-chave: bovinos naturalizados, conservação, modelos matemáticos, produção de leite, recurso genético
animal
Introdução
O bovino Pantaneiro (Bos taurus taurus) pertence a
um grupo genético oriundo da miscigenação de
bovinos europeus trazidos para a região do Pantanal
brasileiro durante a colonização da América do Sul
pelos Espanhóis e Portugueses. São animais que se
adaptaram às condições climáticas e nutricio nais da
planície alagada, reproduzindo-se sem interferência
direta do homem (Mazza et al., 1992). A seleção
natural resultou em um grupo genético rústico,
prolífico e apto para sobreviver em condições de
estresse hídrico e alimentar (Mazza et al., 1994; Abreu
e McMannus, 2000).
No passado, o bovino Pantaneiro foi à base da
economia do Pantanal. No entanto, a introdução de
animais zebuínos e taurinos e a consequente
Dirce Ferreira Luz
2
Gustavo E d uard o Marcatti
3
130
Franciscatti et al.
O experimento foi desenvolvido no Núcleo de
Conservação de Bovinos Pantaneiros de Aquidauana/MS
(NUBOPAN), pertencente à Universidade Estadual de
Mato Grosso do Sul (UEMS) / Unidade Universitária de
Aquidauana, região do Alto Pantanal Sul-Mato-Grossense,
Brasil.
Para o estudo da produção , compo s ição físic o -
química do leite e características da curva de
lactação, foram utilizadas 10 vacas da raça
Pantaneira, entre a terceira e décima ordem de
lactação.
A coleta de dados iniciou-se logo após o parto e
durou até o encerramento natural da lacto gênes e,
período que co m preend eu-se do mês de outubro a
março, que corresponde ao período de chuvas na
região. O tipo de ordenha utilizado foi a manual,
duas vezes ao dia, às 7:00 e às 16:00 horas, com a
presença do bezerro para efetuar o apojo.
Os animais foram pesados a cada 14 dias, após a
ordenha da manhã, e manejados em sistema de
pastoreio rotacionado em capim-mombaça
(Megathyrsus maximus), suplementados
individualmente com concentrado (2 kg/dia) (Tabela
1), ofertado em duas porções equitativas, após as
ordenhas.
Material e Métodos
miscigenação fizeram com que o bovino Pantaneiro
perdesse o esplendor do passado. Devido ao reduzido
número de anim ais , pouco meno s de 500 indivíduos
puros (D ani e Oliveira, 2013), esta raça altamente
especializada e adaptada às condições ambientais do
Pantanal encontra-se as margens da extinção.
Embora os bovinos Pantaneiros sejam menos
produtivos que os animais normalmente utilizados na
criação comercial, eles detêm o benefício de serem
perfeitamente adaptados às condições climáticas e
ambientais do Pantanal, e resistentes a doenças e
parasitas. Assim, a necessidade de preserv
ar raças com
maior rusticidade vem recebendo maior atenção nos
últimos anos, uma vez que pode se constituir em um
instrumento para melhorar a adaptabilidade das raças
modernas com maior produtiv id ad e, mas com baixa
capacidade de adaptação ao bioma Pantanal.
A literatura sobre estudos relativos à raça Pantaneira
é escassa. Portanto a necessidade de caracterização
das populações dessa raça naturalizada para se
conhecer melhor as relações entre características de
produção e ad
aptação, que possam assegurar o
registro de informações sobre o bovino Pantaneiro.
Assim será enfatizado a importância de sua
conservação e o reconhecimento de que possui
características únicas que devem ser preservadas, com
intuito de manter características genotípicas e
fenotípicas que possam atender a futuras demandas
da pecuária.
Desta forma, estudos ligados a produção de leite e
curva de lactação de vacas da raça Pantaneira em
pastagens cultivadas são importantes para subsidiar,
no futuro, pro gram as que permitam a criação de
nichos de mercado para tal raça e/ou a criação de
compostos, através da transferência de suas
características para raças comerciais, que são
utilizadas em larga escala por produtores da região.
A im po rtânc ia da curva de lactação está na
caracterização da produção do animal durante toda a
lactação, podendo ser obtidas, dentre outras
estimativas, o tempo de ascens ão ao pico de produção,
o dia de ocorrência do pico de produção, a produção
de leite no pico de produção, a persistência e a
duração da lactação (Ferreira e Bearzoti, 2003).
As primeiras tentativas de representação matem átic a
da curva de lactação foram realizad as por Brody et al.
(1923) e Brody et al. (1924). Entretanto, foi somente após
o desenv o lv iment o do modelo de Wood (1967) que o us o
de funções de lactação se tornou mais popularizado.
Desde então, muitos pesquisadores tem tentado
desenvolver funções de lact aç ão, a partir de concepções
empíricas ou mecanicistas.
Equações que descrevam a produção de leite em
função do tempo podem ter grande utilidade em
programas de melhoramento genético, no manejo
nutricional dos rebanhos, em decisões sobre o descarte
de vacas e em modelos de simulação de sistemas de
produção de leite.
Nesse contexto, o objetivo des te estudo foi de
observar a produção e a composição físico-química do
leite e as características da curva de lactação de vacas
da raça Pantaneira; e selecionar mo d elo s matemáticos
de curva d e lactação encontrados na literatura que
melhor representem a raça Pantaneira.
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Lactação de vacas da raça Pantaneira: composição do leite e curva de lactação
Tabela 1. Ingredientes e teores nutricio nais do concentrado.
Ingredientes % na Matéria Seca
Grão de milho triturado 50.50
Farelo de soja 46.80
Ureia 0.80
Calcário 1.40
Sal mineral¹ 0.50
Teores Nutricionais
Proteína Bruta ( %) 22.79
Nutrientes Digestíveis Totais (%) 71.42
Energia Digestível Mcal kg
-1
MS
-1
3.40
¹Cálcio: 120 Fósforo: 88 Sódio: 132 Enxofre: 12 Cobalto: 55
mg; Cobre: 1 530 mg; Cobre: 1 800 mg; Io d o : 75 mg; Manganês: 1 300
mg; Selênio: 15 mg; Zinco : 3 630 mg; Cromo: 10 mg; Flúor: 880 mg e
Fosforilato base: 100g.
Os
bezerros foram acondicionados nas proximidades
dos piquetes em baias metálicas e teladas lateralment
e,
de modo a manterem o nculo af etivo com a e,
porém sem que pudessem ter acesso à glândula
mamária.
Ao rmino d a ordenha, os bezerros foram soltos
com suas respectivas mã es por um período
equivalente a 30 minutos, para que pudessem
consumir o leite residual. O leite ingerido foi
estimado por meio de pesagens do bezer ro antes e
após a amamentação, sendo as fezes e urina
excretadas ocasionalmente durante o período de
amamentação, coletadas e inclusas n o peso dos
mesmos. Posteriormente, os b ezerros receberam uma
suplementação com leite in tegral em mamadeira, a
fim de suprir suas exigências nutricionais.
A produção de leite foi aferida diariament e nas
duas ordenhas, através da pesagem. Amostras de
leite foram coletadas a cada 14 dias, armazenadas em
recipientes plásticos esterilizados e mantidos
refrigerado s a 4 ºC, em seguida analisada a sua
qualidade nutricional, por meio de teo res de gordura,
sólidos o gordurosos, proteína e la ctose, bem como
da densidade, pH e da contagem de lulas
somáticas, pelo método de espectrof otometria de
infravermel ho através de aparelho analisador.
Semanalmente foram realizadas análises quanto a
mastite sub-clínica através do procedimento
Califórnia Mastite Teste (CMT).
As curvas de lactação individuais das 10 vacas em
lactação, f oram est imadas utilizando -se regressão
linear e, em seguida realizou-se a análise de
identidade de modelos de regressão linear com
decomposição polinomial, conforme Regazzi (1996).
Foram testados os modelos de regressão linear,
quadrático e cúbico, e as variáveis significativas
foram comparadas através do teste de Tukey a 5 % de
probabilida de de err o. Essas análises foram
realizadas utilizando-se o P roc GLM do programa
estatístico SAS (Statistic al Analysis System, 1995).
Para
a comp
aração de modelos de curva de lactação
foi utilizado um a base de dados de 3.960 medidas de
produção de leite de vacas Pantaneir as a partir de
controles leiteiros diários de três experimentos
realizados com animais de rias ordens de lactação.
Foram comparados oito modelos que têm sido
utilizados na literatura para representar curvas de
lactação (Tabel a 2 ).
Tabela 2. Modelos U tilizad o s .
Modelos Equação
Brody et al. (1923)
Brody et al. (1924)
Wood (1967)
Cobby e Le Du (1978)
Wilmink (1987)
Rook et al. (1993)
Dijkstra et al. (1993)
Pollott (2000)
y_t= Produção de leite (L/dia); t = tempo de lactação (dias); a, b, c,
d, f, g, h = parâmetros que definem a posição, escala e forma das
equações; e = exponencial.
Os oito modelos foram avaliados pelo critério de
informação de Akaike corrigid o (AICc) proposto por
Hurvich e T sai (1989). E para auxiliar no processo
inferência algumas medidas derivadas do AICc
foram calculadas, como as diferenças entre os valores
de AICc (∆
i
), os pesos de Akaike ou verossimilhança
da probab ilidade (W
i
), e a relação entre a
probabilida de relativa ou evidência d a
verossimilhança (ER
i
).
Também foram realizadas a análise gráfica do
comportamento das variáveis e tendência das curvas
ajustadas através de gráfi cos de dispersão, e análise
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dos resíduos, apresentados na forma de histograma
de frequência. Nos gráficos f oram pl otados os
intervalos de c onfiança ao nível de 95 % de
probabilida de (IC 95 %) e o intervalo de predição ao
nível de 95 % de probabilidade (IP 9 5 %).
Para o cálculo do AICc e suas m edidas derivada s
foi utilizado o pacote AICcmodavg disponíve l no
software R (R Development Core Team, 2016).
Resultados e Discussão
O período de lactaç ão das vacas Pantanei ras foi de
180 dias, momento em que ocorreu o encerramento
natural da lactogênese. O mesmo foi obser vado por
Oliveira-Br ochado et al. (2018) ao estudarem o
período de l actação de vacas Pantaneiras de segunda
ordem de lactação. Biazolli (2014), observaram um
período de lactação menor, de 150 dias. No entanto,
as vacas Pantaneiras eram de primeira ordem de
lactação.
A curva de lactação completa de cada animal, e sua
respectiva equação de regressão pode ser visualizada
na Figura 1. O mod elo de regress ão li near que melhor
se ajustou aos dados de produçã o foi o modelo de
regressão linear q uadrático.
Verificou-se, que houve uma ampla variação entre
os animais, com o animal ma is produtivo produzindo
1 368 .3 kg de leite durante toda a lactação , sendo este
valor 64.5 % supe rior ao produzido pela vaca menos
produtiva (485.6 kg). Nos primeiros 60 dias da
lactação as va cas produz iram e m média 7. 0
kg/vaca/dia. Nesta fase houv e um aumento
contínuo da produção de leite, e foi nesse período em
que os animais atingiram o pico de lactação, que
ocorreu entre o 3 e o 50º dia.
Ao estudar curvas de lactação de vacas holandesas,
Cobucci et al. (2004), obser
varam que o pico de produção
ocorre
entre 60 e 90 dias após a par ição. Biazolli (2014)
observou em vacas primíparas da raça Pantaneira,
que o ponto máxim o de produção de le ite ocorreu
entre o 30 º e 40º dia da lactaç ão. Já os an imais de
segunda ordem de lactação da raça Pantaneira
avaliados po r Oliveira-Brochado et al. (2018),
atingiram o pico de lactação do 5 1º a o 60º d ia a pós o
parto, corroborando com os dados deste estudo.
Também foi observado que do 6 ao 120º dia, a
produção de leite dos ani mais apresentou uma
diminuição em relação ao pico de lactação, sendo este
declínio constante. A parti r do 121º dia de lacta ção, a
produção decaiu bruscamente até cessar-se por
completo, por volta do 180º d ia. A partir destas
observações a curva de lactação destes animais foi
dividida em três períodos: inicia l ( a 60 º dia),
intermediár io (6 a 12 dia) e final (121° a 180º).
Com a observação dos dados de produção da curva
de lactaç
ão, é possível inferir q ue há u ma grande
variação entre as vacas da raça Pantaneira, e como a
seleção de animais melhora dos podem contribuir
para a formação d e uma linhagem com maior apti dão
leiteira da raça.
Vaca 1 y= -0.0005x
2
- 0.0504x + 11.790 R
2
= 0.7404 Vaca 6 y= -0.005x
2
- 0.0197x + 6.938 R
2
= 0.5465
Vaca 2 y= -0.0005x
2
- 0.0149x + 4.809 R
2
= 0.5585 Vaca 7 y= -0.0001x
2
+ 0.0021x + 4.063 R
2
=0.4319
Vaca 3 y= -0.0002x
2
+ 0.0146x + 8.052 R
2
= 0,4195 Vaca 8 y= -0.0001x
2
- 0.0142x + 8.321 R
2
= 0.5404
Vaca 4 y= -0.0002x
2
+ 0.0054x + 6.752 R
2
= 0,6415 Vaca 9 y= -0.0002x
2
+ 0.0079x + 7.307 R
2
= 0.4813
Vaca 5 y= -0.0001x
2
+ 0.0091x+ 5.010 R
2
= 0,3117 Vaca 10 y = -0.0002x
2
+ 0.0070x + 3.876 R
2
= 0.6045
Figura 1. Curva de lactação de vacas Pant aneiras com período lactacional de 180 dias.
Franciscatti et al.
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A composição físico-química do leite de vacas
Pantaneiras apresentou média de 5.2 % de gordura, 3.2
% de proteína, 4.2 % de lactose e 9.2 % de extrato seco
desengordurado (ESD), com um pH de 5.1. Valores
próximos aos encontrados por Oliveira-Brochado et al .
(2018) e Biazolli (2014), que também avaliaram animais
da raça Pantaneira. No entanto, Silva Junior (2013),
avaliado animais da raça Girolando encontrou valores
menores aos encontrados nesse experimento (4.1 % de
gordura, 3.4 % de proteína e 5.7 % de lactose). As si m
como Botaro et al. (2011) que ao avaliarem o leite de
animais das raças Holandes a (3.5 % de gordura, 4.4 %
de lactose e 8.48 % de ESD), Jersey (3.97 % de gordura,
4.3 % de lactose e 8.6 % de ESD) e Girolando (3.4 % de
gordura, 4.4 % de lactose e 8.51 % de ES D )
encontraram valores mais baixos, principalmente de
gordura, quando comparado com o presente
experimento.
A gordura do leite é o componente mais variável
entre as raças, sendo também influenciada pela
alimentação e a idade do animal. Além disso, o
conteúdo em gordura é inversamente proporcional à
quantidade de leite produzido (Venturini et al. 2007).
Desta forma, como a raça Pantaneira produz menores
quantidades de leite, essa pode ser a razão da
composição físico-química mais rica, em especial da
gordura, quando comparado com outras raças
especializadas para a produção de leite.
A média de ganho de peso dos animais da raça
Pantaneira, em 180 dias, foi de 38.8 kg, sendo 0.216
kg/animal/dia (Tabela 4). A grand e diversidade na
produção de leite observada neste trabalho pode ser
ainda correlac io nada com o tamanho dos animais. Foi
possível observar que vacas co m peso corpóreo acima
de 420 kg foram as que produziram maiores
quantidades de leite. Resultados semelhantes foram
também observados por Biazolli (2014) e Oliveira-
Brochado et al. (2018). Reforçando o efeito de relação
entre a maior capacidade torácica-abdo m inal, maior
potencial para ingestão de alim ento s e a melhor
eficiência na conversão d o s nutrientes absorvidos em
leite.
A produção média máxima de leite foi 11.7 kg de
leite/dia e a mínima foi de 2.2 kg de leite/dia (Tabela
4). Além disso, um dos animais chegou a produzir 16.9
kg d e leite/ dia. Pode-se também observar que vacas
com o maior ganho de peso produziram menores
quantidades de leite d ia, como as vacas 2 e 10,
indicando sua menor aptidão leiteira. O contrário
também foi v erd ad eiro onde as vacas 1 e 3 foram as
que produziram maiores quantidade de leite,
indicando que os nutrientes ingeridos foram
convertidos mais eficientemente na lactogênese.
Os modelos d e curva de lactação encontrados na
literatura foram classificados (melhor pior) de
acordo com o Critério de Akaike (AICc) e suas
medidas d eriv adas (Tabela 5). De acordo com essa
avaliação, o modelo de Pollott (2000) foi o melhor
modelo segundo os pesos de Akaike (∆).
Segundo Vieira et al. (2012), os valores de Δ devem
estar entre 0 e 2 para que os modelos sejam
considerados semelhantes em reproduzir o
comportamento
dos dados observados e reduzir a
perda de informação (nesse c as o o modelo com o
menor número de parâmetros deve ser preferido ).
Valores de Δ maiores que 2 e menores ou iguais a 10
significam que o desempenho do modelo não foi tão
bom e valores maiores que 10 indicam que o modelo
falhou em reproduzir os dados e minimizar a perda de
informação.
A média de produção de leite foi de 4.93
kg/vaca/dia, em 180 dias de produção
de leite
(Tabela 3). Valores menores aos encontrados por
Oliveira-Brochado et al. (2018), com produção de leite
de 5.34 k g/ v aca/ d ia. Biazolli (2014) verificaram uma
produção média maior, de 6.27 kg/vaca/dia para
vacas Pantaneiras primíparas, todavia com um
período de lactação menor.
No período inicial da lactação as vacas produziram
uma maior quantidade de leite, com média de 6.97
kg/vaca/dia. Sequencialmente
houve uma redução
gradativa da produção no período int ermed iário , com
média de 4.52 kg/vaca/dia. No período final ocorreu
uma queda acentuada da produção com média de 3.30
kg/vaca/dia de leite e consequentemente, o
encerramento da lactação (Tabela 3).
Tabela 3. Média da produção de leite diária, em kg/dia, das ordenhas matinal e vespertina e do leite ingerido pelos bezerros
após a ordenha, nos períodos inicial (1 a 60º dia), intermediário (61 a 120º dia) e final (121 a 180º) da lactação.
Período Ordenha Ingerido Bezerro Produção Total
(kg/dia) (kg/dia) (kg/dia) *
Manhã Tarde Total Manhã Tarde Total
Inicial 2.60 1.48 4.08 1.94 0.95 2.89 6.97 a
Intermediário 2.01 0.84 2.85 0.99 0.69 1.68 4.52 b
Final 1.48 0.56 2.04 0.72 0.55 1.27 3.30 c
Média 2.03 0.96 2.99 1.22 0.73 1.95 4.93
*Letras diferentes na coluna diferem entre si (P > 0.05)
Lactação de vacas da raça Pantaneira: composição do leite e curva de lactação
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O modelo de Pollott (2000) representa 99 % de
probabilidade de verossimilhança (W). Em relação a
esse parâmetro, quando s eu valor for superior a 0.8,
considera-se que o modelo é uma representação
verossímil da realidade (Vieira et al., 2012).
A escolha do modelo foi baseada na probabilidade
de verossimilhança relativa (ER), onde o modelo que
possuir o valor de ER =1 s erá a melhor escolha. Os
modelos c uj o s valores de ER forem maiores que 1 e
menores ou iguais a 20 serão considerados mod elo s
menos prováveis e aqueles c uj o ER for superior a 20
serão as piores escolhas (Vieira et al., 2012). Sendo
assim o modelo de Pollott (2000) foi a melhor es c o lha,
pois apresentou ER=1.
Tabela 4- Médias de peso corporal das vacas no período inicial (1º ao 60º dia), intermediário (61° ao 120º dia) e final (121° ao
180º) da lactação e produção d e leite máxima e mínima, em kg/d ia.
Animal Peso Corporal (kg) Ganho de Peso (kg) Produção de leite
mínima/máxima
Inicial Intermediário Final Total
V01 463.0 477.0 496.7 33.7 4.01 / 13.76
V02 336.0 352.1 374.9 38.9 0.44 / 8.99
V03 454.5 467.5 486.6 32.6 3.92 / 16.92
V04 454.1 470.0 494.7 38.0 1.80 / 12.18
V05 482.0 498.2 518.4 38.0 1.55 / 12.20
V06 469.3 485.3 507.0 38.0 2.00 / 9.46
V07 455.0 475.4 502.4 47.4 1.04 / 8.50
V08 446.2 459.5 478.5 32.5 2.80 / 13.69
V09 523.9 539.4 561.3 38.3 3.37 / 14.53
V10 359.0 381.0 409.7 50.7 0.81 / 6.93
Média 444.3 460.54 483.02 38.81 2.17 / 11.71
Tabela 5. AICc e suas med id as derivadas calculados para os modelos de curva de lactação em Vacas Pantaneiras.
Modelo K AICc Δ W ER LL
Pollott 7 10 585.61 0.00 0.9934 1 -5 285.79
Dijkstra 5 10 595.64 10.03 0.0066 150.5152 -5 292.81
Rook 5 10 636.91 51.29 0 Inf -5 313.44
Wilmink 5 10 682.30 96.69 0 Inf -5 336.14
Wood 4 10 760.19 174.58 0 Inf -5 376.09
Cobby-Le Du 4 11 000.11 414.50 0 Inf -5 496.05
Brody-1924 4 11 937.62 1 352.01 0 Inf -5 964.80
Brody-1923 3 12 176.57 1 590.96 0 Inf -6 085.28
K= número de parâmetros; AICc= Critério de Akaike; Δ= pesos de Akaike; W=probabilidade de verossimilhança; ER=
probabilidade de verossimilhança relativa; LL= logaritmo de verossimilhança.
As estima
tivas dos parâmetros do modelo
selecionado e seus intervalos de confiança são
apresentados na Tabela 6. Observa-se que o zero está
fora d o intervalo de c o nfianç a (limite inferior e
superior) para todas as estimativas dos parâmetros,
indicando que estes são significativos ao nível de 95 %
de probabilidade.
Tabela 6. Estimativas dos parâmetros e intervalos de confiança de 95 % para os modelos selecionados de curva de lactação de
Modelo Parâmetro Estimativa Limite inferior Limite superio r
Pollott (2000) a 55.
3100
29.8386 160.7136
b 4.3940 1.7631 13.5643
c 0.2713 0.2231 0.3327
d 0.7336 0.5475 0.9014
f 0.0401 0.0347 0.0459
g
55
.
3100
29.8386 160.7136
h 4.3940 1.7631 13.5643
Franciscatti et al.
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O ajus te dos mo d elo s de curv a de lactação para
vacas Pantaneiras é apresentado na Figura 2. Observa-
se que o modelo de Pollott (2000) estima o pico de
lactação entre o 30º e 60º dia de lactação, o que é
próximo ao encontrado neste estudo, e nos estudos de
Biazolli (2014) e Oliveira-Brochado et al. (2018).
A análise gráfica dos resíduos dos modelos de curva
de lactação para vacas Pantaneiras é apresentada na
Figura 3. Pode-se observar que, todos os modelos
apresentam distribuição de frequência de resíduos
aproximadamente normal, principalmente o mo delo
de Pollott (2000).
De acordo c om Cunha da et.al. (2010), o modelo de
Wood (1967) tem sido largamente utilizado em
diversos tipos de estudos de avaliação de novos
modelos (Cobby e Le Du, 1978; Rook et al., 1993), de
melhoramento genético (Schneeberger, 1981;
Grossman et al., 1988; Ferris et al., 1985; Faro e
Albuquerque, 2002), de simulação de sistemas de
produção (Rotz et al., 1999) e de nutrição (C NC PS 5.0),
em virtude de sua reconhecida capacidade de ajuste
aliada ao baixo número de parâmetros. No entanto, no
presente estudo o modelo de Wood (1967) não foi
classificado como um bom modelo para representar a
Figura 2. Ajuste dos modelos de curva de lactaç ão para
Vacas Pantaneiras.
Lactação de vacas da raça Pantaneira: composição do leite e curva de lactação
curva de lactação de vacas Pantaneira, ficando em
lugar (Tabela 5).
Segundo Thornley e France, (2007), o modelo de
Brody et al. (1923) não é capaz de representar o
aumento de produção no início da lactação, o que
pode ser obs erv ad o neste estudo (Figura 2). Embora
esta característica não permita ao modelo descrever
uma curva de lactação característica de rebanhos
especializados para produção de leite, os autores
consideram que o modelo pode se ajustar
adequadamente para animais mestiços de baixa
produção criados em condições tropicais. No entanto,
isso não foi o b serv ad o neste estudo, pois o modelo de
Brody et al. (1923) foi o que apresentou o pior ajuste
(Tabela 5).
O primeiro modelo da curva de lactação com
parâmetros que possuem explicação fisiológica direta
e cuja estimativa de seus valores numéricos pode ser
feita com dados obtidos a campo foi proposto por
Dijkstra et al., (1997). Este modelo, classificado como
mecanicista, foi desenvolvido com o objetivo de
descrever o padrão de crescimento da glândula
mamária de mamíferos durante a gestação e a
lactação.
Outro modelo, mais recente, que possui características
fortemente mecanicistas foi proposto por Pollott (2000) e
baseia-se no ajuste de duas curvas logísticas para representar
os principais processos biológicos envolvidos na
lactação como a proliferação das células do
parênquima do tecido mamário e sua diferenciação
em células com capacidade de secretar leite. Segundo
Pollott (2000), além da vantagem em possuir
significado bio lóg ico para os parâmetros, este m o d elo
pode ser modificado por meio de term o s aditivos que
permitem predizer o efeito de fatores que alteram o
curso da produção de leite durante o período de
lactação como melhorias na nutrição ou o início de
uma gestação. Entretanto, o modelo de Pollot é mais
complexo e possui maior número de parâmetros.
Cunha et al. (2010), ajustaram oito tipos de modelos
de curva de lactação aos dados de pro d uç ão de v acas
mestiças holandês-zebu separadas por ordem de parto
(1ª, e acima) originárias de propriedades
classificadas como baixa, média e alta produção. Estes
autores obtiveram bons ajustes com o modelo de
Wood para vacas dos grupos de baixa e média
produção leiteira e para o grupo de alta produção o
modelo de Dijkstra et al. (1997) foi o que melhor se
ajustou. O modelo de Pollott (2000) não se destacou
em qualquer um dos grupos estudados e teve
problemas de ajuste nos grupos de e cria de baixo
e alto níveis de produção. Os autores ponderaram
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Conclusão
A lactação de vacas multíparas da raça Pantaneira
encerrou-se naturalmente aos 180 dias, com média de
4.93 kg de leite/vaca/dia, tendo o leite apresentado
altos níveis de gordura, proteína e lactose. O pico de
lactação ocorreu entre o 35º aos 50º dias de lactação. O
modelo de Pollott (2000) foi o que melhor representou
o ajuste da curva de lactação de vacas Pantaneiras
multíparas, segundo a avaliação de AICc e seus
parâmetros.
Esta pesquisa foi financiada pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do
Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato
Grosso do Sul (FUNDECT).
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Figura 3. Análise gráfica dos resíd uos dos modelos de curva de lactação para Vacas Pantaneiras.
Reconhecimentos
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Dissertação (Mestrado em zootecnia) -
Universidade Federal da Grande Dourados,
Dourados.
Franciscatti et al.
sobre a possibilidade de modelos mecanicistas como o
de Pollott e de Dijkstra não se ajustarem bem às
curvas de animais de baixa produção. Esse fato não
corrobora com o observado no pres ente estudo, pois
as vacas Pantaneiras são classificadas como de baixa
produção, no entanto, o modelo de Pollott (2000) foi o
que melhor se ajustou aos dados.
Ferreira et al. (2015) analisando quatro modelos
matemáticos quanto ao seu ajuste e poder de predição
da curva de lactação de vacas Holandesas
pertencentes a rebanhos da Região Sudoeste do
Paraná também não observaram ajuste ao modelo de
Pollott (2000) nos grupos de meno r ou maior
produção de leite.
Equações que descrev am a produção de leite em
função do tempo podem ter grande utilidade em
programas de melhoramento genético, no manejo
nutricional dos rebanhos, em decisões sobre o descarte
de vacas e em modelo s de simulação de sistemas de
produção de leite.
Todavia, os estudos da curva de lactação e de ajuste
de modelos para tal, em vacas Pantaneiras prec is am
ainda de mais estudos, para um melhor entendimento
e possíveis novos ajustes.
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137
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